22° Encontro Do Fisco Estadual Gaúcho debate tecnologia e modernização no futuro da carreira

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Presidente da Afisvec, Marcelo Ramos de Mello, em sua fala na abertura do evento.

Nos dias 27 e 28 de maio centenas de auditores fiscais lotaram o salão Plátanos do Hotel Master, em Gramado, para acompanhar a 22ª edição do Encontro do Fisco Estadual Gaúcho. Na noite de sexta-feira (27), a cerimônia de abertura contou com a presença de diversas autoridades que prestigiaram o evento. Movidos pela saudade do evento, que só deixou de acontecer em razão da pandemia, em 2020, o grupo fisco comemorou o seu retorno tratando sobre o futuro da carreira, com o tema central: Carreira 2030.

Nesse cenário futurista e de modernização, a coordenação convidou o diretor de tecnologia do Grupo Elgin/Bematech, Claudenir C. Andrade e Rodrigo Dalla Vecchia, professor da UFRGS, vinculado ao departamento de matemática pura e aplicada do programa de Pós-Graduação da UFRGS para o painel que tratou sobre a influência da inteligência artificial no futuro das carreiras. A mediação ficou a cargo do auditor fiscal, César Tagliani Carneiro, que é especialista em ciência de dados.

Segundo os palestrantes, as tecnologias criam técnicas novas e permitem facilitar processos, mas isso não anula a participação humana. A inteligência artificial precisa ser alimentada com informações, precisa ser treinada, ela cruza dados muito mais rápido, mas precisa do ser humano para fazer a análise final.

Andrade buscou mostrar o quanto o mundo está mudando e que “dados” são o novo “petróleo” desse século. No entanto, conforme ele, petróleo é finito e dados, não. E fez uma ressalva de que dados sem conhecer o negócio não tem função, Inteligência Artificial sem regras, não tem utilidade. Por isso, a importância do ser humano, pois somente ele pode analisar e interpretar os dados, porque sensibilidade e sentimento são insubstituíveis.

Ele citou o exemplo de uma pesquisa via IA sobre os ataques de tuburão, na Austrália. A resposta robotizada foi de que o protetor solar atraia os tubarões. Uma análise simples e equivocada que prova o quanto é necessária a interferência humana, pois é preciso conhecer o negócio, entender as regras para se obter a melhor resposta.

O professor Rodrigo Dalla Vecchia, mesmo apostando na tecnologia e confiando na matemática, também concorda que a análise humana é necessária.

Na parte da tarde, o secretário da Fazenda de Pernambuco e presidente do Comsefaz, Décio José Padilha, apresentou a problemática do ICMS entre os estados, a guerra fiscal e a necessidade da aprovação da Reforma Tributária. Para ele, o ICMS é um tributo obsoleto e necessita de alterações. A mediação desse debate foi do subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.

Padilha falou ainda sobre as alterações da economia, onde, com a internet as compras se tornam muito mais rápidas e práticas, causando mudanças na forma de consumo e gerando desafios para os fiscos.

Outro ponto destacado foi o cross border que se caracteriza pelas formas de entrega que ultrapassam fronteiras, quando os consumidores compram on-line produtos localizados em outros países. Nesse item, ele destaca algumas fraudes que acontecem, como subdeclaração dos valores das mercadorias, fornecimento de informações falsas, vendas sem notas fiscais, produtos falsificados, entre outros.

Como forma de coibir essas práticas, Padilha sugere algumas ações, como uma Legislação Federal e Estadual atribuindo responsabilidade às plataformas digitais quando ocorrer comercialização de mercadorias sem notas fiscais ou contrabandeadas, além de exigir cadastramento de lojistas digitais por meio de documentação regular do fisco.

No painel sobre as Diferenças Geracionais na Carreira, Gabriel Carneiro da Costa, autor do método RAV (Relações de Alto Valor), terapeuta, consultor organizacional e professor de filosofia e autoconhecimento da PUCRS, abordou as diferenças entre as gerações X, Y e Z. Mostrou a necessidade de compreensão entre as diferenças de pensamentos. Os da geração X e Y trazem a soma de suas experiências que devem ser valorizadas pela geração Z. E a praticidade, a coragem e a forte responsabilidade social dos nascidos a partir dos anos 2000, pertencentes a letra Z, devem servir de estímulo para as gerações anteriores.

Os mais antigos nesse quadro são os Baby Boomers, os primeiros na definição de gerações, nascido entre 1945 a 1964. Muitos já estão aposentados, mas alguns ainda estão na ativa. Já a geração X nasceu entre 1965 – 1980, é conhecida por sua independência, mas sem perder o convívio social. Suas maiores lutas são pela liberdade e por seus direitos. Foram seguidos pelos Millenials ou geração Y, que nasceram de 1981 a 1999. Foi a geração que viu a tecnologia nascer e as maiores transformações mundiais.

A geração Z são os nascidos a partir dos anos 2000, apesar de sofrerem um pouco com os relacionamentos sociais, são muito práticos e possuem enorme familiaridade com as tecnologias. O segredo para uma boa convivência, conforme o especialista, é o respeito entre ambas as gerações. Valorizar os conhecimentos de cada um e ir em busca dos seus sonhos e propósitos. Saber quem você é e o que você deseja é o primeiro passo para buscar a realização e a felicidade.

O evento ainda contou com um pocket show de André Damasceno, no dia 27 e show do Guri de Uruguaiana, após o jantar, no sábado, dia 28.

A festa de encerramento foi um show à parte! A DJ Grasi Colombo levantou a plateia, que não conseguiu mais ficar parada até às 2 da madrugada. Para o presidente da Afisvec, que se despede do comando da entidade nessa gestão, o sentimento era de dever cumprido. Marcelo Ramos de Mello agradeceu a diretoria que o apoiou em todos os momentos e aos funcionários e prestadores de serviço pelo brilhante evento realizado.

De acordo com comentários gerais dos associados da Afisvec, esse foi, sem dúvida, o melhor Encontro do Fisco de todos os tempos! Agora, é só aguardar pelo 23º.

Autoridades presentes no evento:

Subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves pereira, representando o governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior e o secretário da Fazenda, Marco Aurelio Santos Cardoso, Vereador de POA, Auditor Fiscal da Receita Estadual, Airto Ferronato, Eduardo Rosemberg Lacher – subsecretário do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul, Rogerio da Silva Meira – contador e Auditor Geral do Estado do RS, Mario Luis Wunderlich dos Santos – corregedor-geral da secretaria da Fazenda do RS, Carlos tocchetto – presidente do TARF, Roberto kupski – presidente de honra da Febrafite, José Caetano Mello Júnior, presidente da Associação dos Auditores Fiscais da Fazenda do Estado do Piauí – AAFFEPI, também vice-presidente da febrafite pela região nordeste, o desembargador Cláudio Luís Martinewski – presidente da Ajuris e vice-presidente da FACE RS, Fernando Edison Domingues soares – presidente da Asdep, Roselaine Rockenbach – diretora da Apergs e o coronel Marcos Paulo Beck, presidente da AsofBM, Carlos Mário Lima de Souza, diretor do departamento de Administração da secretaria da Fazenda do RS, Presidente do Sindifico RS Altemir Feltrin, James de Almeida Garret, presidente do Instituto dos Auditores Fiscais do Estado do Paraná – IAF-PR.


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