No final da tarde desta quinta-feira (14/09), um grupo de entidades representativas das classes dos Auditores-Fiscais da Receita Estadual, Oficiais Militares, Defensores Públicos, Promotores, Tribunal de Contas, Delegados de Polícia e Técnicos Tributários foi recebido no Palácio Piratini pelo Chefe da Casa Civil, Fábio Branco e Secretário-Adjunto da Casa, José Guilherme Kliemann. Na ocasião, os dirigentes entregaram documentos, contendo medidas que visam ampliar as receitas do Estado.
O presidente da Afisvec, Abel Henrique Ferreira e o vice, Gonar Fernandes, entregaram um documento, contendo um diagnóstico e as sugestões da entidade para a crise financeira do Estado. Além disso, o presidente aproveitou a oportunidade para entregar o convite do III Fórum Administração Tributária em Debate, que acontecerá no próximo dia 21, no Teatro Dante Barone. O presidente falou da importância das carreiras de Estado, salientando a necessidade de valorização da Receita Estadual.
As entidades pedem que o governo analise as propostas para que se ponha em prática tais medidas sugeridas, que evitariam o parcelamento dos servidores e todo o desgaste que vem sendo realizado há mais de 20 meses.
O Chefe da Casa Civil, Fábio Branco, disse que o governo está aberto as sugestões e que vai colocar uma agenda à disposição das entidades, criando um canal de diálogo.
Entidades: Afisvec, Sindifisco RS, AsofBM, Adpergs, Apergs, AMP, Asdep e Afocefe, Ceape/TCE e FenasTC.
SUGESTÕES DA AFISVEC AO GOVERNO DO ESTADO
DIAGNÓSTICO
- A) dificuldade de trabalho da Receita Estadual, pela falta de autonomia. O Secretário da Fazenda e sua equipe diretiva se dedicam em excesso à discussão sobre pagamento de dívidas e de outros fornecedores, deixando as decisões da Receita para segundo plano quando, no nosso entender, deveriam estar em primeiro plano.
- B) excesso de anistias tributárias e concessão de forma equivocada e contrária às leis vigentes, estimulando a concorrência desleal. Muitos contribuintes declaram e não pagam os tributos em dia, pois sabem que o governo está sempre disposto a conceder anistias. Além disso, as anistias são extensivas aos sonegadores, os quais não podem ser contemplados por falta de amparo legal.
- C) demora na cobrança dos créditos tributários, principalmente na esfera judicial, o que beneficia os maus pagadores.
- D) falta de recursos humanos, principalmente Auditores-Fiscais, para o atendimento do contribuinte e para a fiscalização, cobrança e lançamento do crédito tributário. Auditores-Fiscais com quadro defasado em quase 50%. Defasagem de vagas na carreira de Técnicos Tributários da Receita Estadual. Falta de concursos públicos para as novas Carreiras da Sefaz/RS.
- E) NÃO valorização do quadro da Receita Estadual.
- F) Auditores-Fiscais da Receita Estadual em desvio de função e cedidos de forma arbitrária, sem a autorização do Conselho Superior.
- G) Interpretação equivocada da Lei de Responsabilidade Fiscal sobre a Administração Tributária, ATIVIDADE ESSENCIAL AO FUNCIONAMENTO DO ESTADO (Art. 37, Inc. XXII, combinado com o inc. IV, do artigo 167, da Constituição0 Federal).
AÇÕES E SUGESTÕES
I – PRIORITÁRIAS
- a) implementar a autonomia administrativa e financeira da Subsecretaria da Receita Estadual, com a sua reorganização e readequação das funções gratificadas.
- b) criação de varas e câmaras especiais no Poder Judiciário para agilização da solução de conflitos tributários no tocante ao crédito tributário lançado, a cobrança da dívida ativa e atividades afins.
- c) Agilização no julgamento dos processos administrativo-tributários.
- d) abertura de concurso público para a carreira de Auditor-Fiscal da Receita Estadual.
- e) restrição à concessão de anistias tributárias a setores da economia que comprovadamente passem por crise financeira.
- f) adequação dos benefícios fiscais concedidos às micro e pequenas empresas gaúchas, igualando-os aos do Simples Nacional.
- g) redução gradual de benefícios fiscais, após revisão dos atualmente concedidos.
- h) campanha junto às prefeituras mostrando a importância da administração tributária para as finanças municipais. 25% do ICMS e 50% do IPVA pertencem aos Municípios.
- i) em época de crise financeira, a atividade de Administração Tributária deverá ser a primeira a ser incentivada, na forma da Constituição Federal, com base na EC 42/2003, para que o Estado possa buscar os recursos tributários que lhes foram atribuídos pelas normas constitucionais e normas infraconstitucionais, para atingir suas funções constitucionais de prestar serviços de saúde, educação e segurança.
- j) reabertura de processos que concederam anistias tributárias a contribuintes que não poderiam ter sido beneficiados.
II – OUTRAS
- a) treinar os gestores públicos estaduais, tornando-os mais capazes para dirigir Órgãos da administração Pública Estadual.
- b) cartão de crédito vinculado à emissão de documentos fiscais.
- c) devolução de parte do ICMS arrecadado para o consumidor final de baixa renda, com base no CPF.
- d) inclusão do consumidor final como responsável tributário, no caso de mercadorias adquiridas sem documento fiscal.
- e) estímulo à aquisição de mercadorias produzidas no Estado.
- f) atração de empresas de fora do Estado para produzirem as mercadorias adquiridas em outros Estados.
- g) integração com os outros Poderes, buscando apoio e mostrando que o sucesso da administração tributária beneficia os servidores públicos de todo o Estado.
- h) Proibição de anistias tributárias por 10 anos, na constituição estadual.
PORTO ALEGRE – SETEMBRO DE 2017
Diretoria da AFISVEC