Em entrevista concedida ao Valor Econômico, o relator da reforma administrativa (PEC 32/2020), o deputado federal Arthur Maia (DEM-BA), fez um “exercício de futurologia” indicando que o trabalho dos Auditores Fiscais poderia ser substituído por algoritmos de inteligência artificial. A afirmação desvaloriza a expertise profissional da categoria. (Clique aqui para acessar a íntegra da matéria).
Esse tipo de declaração, apesar de ter sido feita com o aviso de que era uma construção hipotética, não é algo despropositado. Ela pode induzir a opinião pública a erro, geralmente arquitetado pelos que têm interesses em desmantelar a infraestrutura do Estado que atua contra esquemas de sonegação fiscal e de desvio de recursos públicos.
É importante deixar claro que os Fiscos – nas três esferas de governo – já se utilizam desse valioso recurso como suporte às ações fiscais que identificam infrações tributárias e recuperam bilhões de recursos entregues anualmente pela sociedade ao Estado, a fim de que esse sacrifício seja convertido em investimentos e serviços os mais variados, como Educação, Saúde e Segurança, para citar apenas três.
O contingente de profissionais que atuam hoje nas Administrações Tributárias em todo o país é responsável, portanto, pelo desenho de algoritmos de inteligência artificial que auxiliam os seres humanos para, a partir dos dados primários entrelaçados, desmontar quadrilhas que desviam recursos públicos por meio de sofisticada tecnologia de sonegação fiscal.
Esse é o papel que nos cabe, como servidores públicos de Carreira Típica de Estado. Somos a última linha de defesa na atuação que visa resguardar os interesses da Sociedade, garantindo a lisura na arrecadação do produto dos tributos.
Veja vídeo da Unafisco Nacional com denúncia de como a PEC 32 pode transformar o Brasil num balcão de negócios:
Com informações do Valor Econômico e da Unafisco Nacional.