— O Banrisul é essencial. Ele é a companhia mais valiosa (do Estado), (vale) cerca de R$ 4 bilhões, mas pode valer mais, isso é uma estimativa de balanço, de patrimônio líquido — disse.
Durante a campanha, o governador eleito, Eduardo Leite (PSDB), rechaçou a possibilidade de privatizar o banco público, defendendo apenas a venda das estatais gaúchas da área de energia (CEEE, Sulgás e CRM).
Ao Atualidade, Ana Paula falou também sobre as tratativas para adesão do Estado ao acordo. Segundo ela, existem dois pontos principais que não ainda permitiram o acerto.
— O primeiro foi estar com o demonstrativo não-ajustado às regras da lei. Esse é o critério de entrada, e ele (o governo do RS) não publicou os demonstrativos. A segunda foi de fato o plano de privatizações. O Estado fez sim um esforço nos últimos quatro anos, mas não o suficiente — enfatizando, mais uma vez, a necessidade de o Banrisul estar no rol das empresas a serem vendidas.
A adesão do Rio Grande do Sul ao regime de recuperação fiscal foi uma das principais bandeiras da campanha do atual governador, José Ivo Sartori, à reeleição. De acordo com o governo do Estado, a adesão deve resultar na suspensão do pagamento das prestações mensais da dívida com a União por três anos.
— Temos um plano: o regime de recuperação fiscal, para que se pare de gastar mais do que se arrecada e se criem condições de continuar arrumando a casa para colocar serviços de qualidade à disposição da sociedade — afirmou Sartori, em entrevista a GaúchaZH em 13 de setembro.
Questionada se havia ficado explícito nas tratativas com o atual governo estadual a necessidade de vender o Banrisul, Ana Paula foi taxativa:
— Sim, ficou claro. O Tesouro fez uma fase inicial, que foi sumular todos os cenários. Essa fase é demorada, temos que colocar todas as medidas na mesa, fazer o cálculo do impacto e a viabilidade jurídica. Mas na hora que os cenários ficaram prontos isso ficou bem claro.
Fonte: Zero Hora
Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS