Desculpe o auê! Rita Lee e a reforma tributária: você e eu somos um caso sério

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As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo o posicionamento da Entidade.

Sugestão de leitura do associado José Diogo Cyrillo da Silva

Por Fernando Facury Scaff

Fiquei muito triste semana passada. Entre outras coisas, perdemos Rita Lee. Compositora da contracultura, com letras irreverentes e inesquecíveis, que embalou grande parte de nossas vidas. Mulher independente e à frente de seu tempo. Escrevo para espantar a tristeza e homenageá-la, de uma forma quiçá irreverente, sem qualquer preocupação técnica, pois “Eu Tô ficando velho / Cada vez mais doido varrido”. 

“Desculpe o auê / Eu não queria magoar você / Foi ciúme sim / Fiz greve de fome / Guerrilhas, motim, perdi a cabeça / Esqueça.” Isso poderia ser dito acerca dessa grande bagunça tributária que estão aprontando, que não segue regras comezinhas, mas vai mudar nossas vidas para sempre.

“Lança, menina, lança todo esse perfume / Desbaratina, não dá pra ficar imune”. Imune a quê? A um sorriso? Aos impostos? Aliás, ninguém está tratando disso nessas reformas. 

Vamos ver como tudo isso acaba, se mais ou menos complicado do que hoje está. Minha impressão é que, se passar, tudo se acerta depois: “Essa canoa furada / Remando contra a maré / Não acredito em nada, não / Até duvido da fé.” Afinal, “Não quero luxo / Nem lixo / Meu sonho é ser imortal / Quero saúde para gozar no final.”

Gostemos ou não, não se vive sem tributos: “Diga que me odeia / Mas diga que não vive sem mim”. “Você e eu somos um caso sério / Ao som de um bolero / Dose dupla / Românticos de cuba-libre / Misto-quente / Sanduiche de gente.”

Como gastar, sem arrecadar? São dois lados da mesma moeda, “Amor e Sexo”“Sexo é escolha / Amor é sorte / Sexo é do bom / Amor é do bem.”

É possível fazer um sistema adequado, que funcione, sem demonizar, afinal: Nem toda feiticeira é corcunda / Nem toda brasileira é bunda / Minha força não é bruta / Não sou freira, nem sou puta”.

Ao final, o que buscamos é ver “Se me dá o prazer de ter prazer comigo / Me aqueça / Me faz de gato e sapato / Me deixa de quatro no ato / Me enche de amor”. 

Porém, do jeito que a coisa vai, Não adianta chamar / Quando alguém está perdido / Procurando se encontrar”. 

“Nada melhor do que não fazer nada / Só pra deitar e rolar com você.” 

Foi entendido? Não? Talvez eu precise desenhar. “Guerrilheiro / Forasteiro / Ôrra meu!”.

Viva Rita, a Pagu indignada no palanque“.

Em tempo: sei que existem tributaristas fixados em outra Rita, mas prefiro a Lee. 


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