Governador Leite defende, em SP, manutenção de Estados e municípios na Reforma da Previdência

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Leite acredita que a aprovação da reforma geraria um ambiente favorável aos investimentos estrangeiros – Foto: Governo do Estado de São Paulo / Divulgação

Em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta segunda-feira (3/6), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, o governador Eduardo Leite, ao lado dos governadores de São Paulo, João Doria, e de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, defendeu a permanência de Estados e municípios na Reforma da Previdência. No entendimento, não há motivos para que Estados e municípios elaborem suas próprias reformas. Os três encaram a nova previdência integral como a melhor opção para os brasileiros.

Questionado por jornalistas a respeito de um plano B, o governador Leite afirmou que não pretende partir para um plano B antes de esgotar as possibilidades de fazer o plano A dar certo. “Nós, governadores do PSDB, estamos mobilizados pela Reforma da Previdência e pelo Brasil”, resumiu.

Para Leite, separar Estados e municípios da Reforma da Previdência proposta pelo governo federal pode significar que alguns Estados acabem tendo de pagar as contas de outras unidades da federação que não se mobilizarem individualmente. “A União é a soma das partes. Se uma parte não estiver saudável, vai contaminar o todo, e todos serão chamados a socorrer aquele que não tiver feito a reforma. Por isso, é importante que a reforma tenha impacto também nos Estados e nos municípios para podermos deixar claro que esse país tem futuro”, argumentou.

Os governadores Reinaldo Azambuja e João Doria compartilham da opinião. Anfitrião da coletiva, Doria foi categórico ao se manifestar. “Não há o menor cabimento em destacar Estados e municípios da Reforma da Previdência. É nossa opinião uníssona”, concluiu.

Na visão de Leite, a aprovação de uma reforma previdenciária daria a investidores estrangeiros a certeza de que o Brasil não vai quebrar, estimulando investimentos que gerarão empregos, renda e vantagens para a população.

Para o governador, o RS não teria medo de realizar as mudanças necessárias, como uma eventual reforma previdenciária estadual. No entanto, argumenta que, se usar o capital político para promover essa reforma, que poderia ser feita em nível nacional, deixaria de utilizá-lo em prol de outras mudanças, também necessárias. “O povo gaúcho paga a conta com falta de investimentos em infraestrutura, saúde e educação. Metade do valor dos impostos é drenado por um sistema previdenciário que tem um déficit anual de R$ 12 bilhões”, explicou.

O governador relembrou que, nestes cinco primeiros meses, aprovou, na Assembleia Legislativa, o fim da licença-prêmio, da contagem do tempo ficto para servidores e da obrigatoriedade de plebiscito para venda de estatais, o que mostra que o Estado vem fazendo o dever de casa no que diz respeito a equilibrar as contas.

Além dos governadores, participaram da coletiva o líder de bancada do PSDB, deputado federal Carlos Sampaio, e o relator do projeto de lei da reforma na Câmara dos Deputados, Samuel Moreira, do mesmo partido. Ambos encabeçam as articulações da bancada tucana para que o regime previdenciário de servidores estaduais e municipais não seja retirado do texto proposto pelo governo federal.

Texto: Suzy Scarton
Edição: Patrícia Specht/Secom


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