O governo do Rio Grande do Sul anunciou na quarta-feira (4) a venda de 49% das ações ordinárias (com direito a voto) do banco estadual Banrisul. A medida faz parte do pacote de ajuste fiscal gaúcho assinado com a União que prevê, além de privatizações, o corte de gastos, o aumento das alíquotas do Imposto Sobre Circulação de Mercadoria (ICMS), o congelamento de reajuste salarial do funcionalismo e o impedimento para contratação de pessoal. A expectativa é de que a efetivação da venda ocorra até o final do ano.
De acordo com o presidente do banco, Luiz Gonzaga Mota, até 9 de novembro, o Banrisul vai estruturar a operação e publicar o balanço do terceiro trimestre. “Aí começa o ‘road show’ [eventos de divulgação em outras praças] nos mercados nacional e internacional. No início de dezembro, deve ocorrer a liquidação da oferta de ações na Bolsa de Valores de Nova York”, explicou Mota em evento realizado no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.
Além das ações ordinárias, também serão colocadas a venda os 7% das ações preferenciais (sem direito a voto) que ainda estão em poder da instituição. De acordo com o governador gaúcho, José Ivo Sartori, a privatização vai envolver cerca de 128 milhões de unidades acionárias, sendo 28,8 milhões de ações preferenciais e 99,2 milhões de ações ordinárias.
Em pronunciamento feito hoje na sede do governo, Sartori afirmou que o anúncio foi feito agora devido à recuperação no valor das ações do banco, que chegaram, segundo ele, à faixa de R$ 17,00 a unidade. De acordo com o governo do estado, em meio à crise econômica, o valor da unidade estava a R$ 5,00.
Segundo o governador, o valor da venda de parte do banco estatal será aplicado no reequilíbrio financeiro do estado e investido em áreas essenciais, como saúde, segurança e educação, e no pagamento da folha. “Essa decisão é boa para o Banrisul, mas também para toda a sociedade gaúcha”, afirmou Sartori.
O peemedebista ressaltou, contudo, que a venda de ações do Banrisul, que ainda ficará sob controle acionário estatal, não resolve os problemas financeiros do estado. “Esta medida, no entanto, não resolve todos os nossos problemas. Mesmo se tiver sucesso, ainda dependeremos da adesão ao Plano de Recuperação Fiscal dos Estados para superarmos a crise”.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Guilherme Santos/Sul21