Maia reconhece erros do governo na comunicação

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Presidente da Câmara prevê cenário de caos se mudanças nas aposentadorias e pensões não forem aprovadas

Empenhado na aprovação da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu em Porto Alegre que o governo errou na comunicação e que será difícil conseguir os 308 votos necessários. Maia espera colocar a proposta em votação no dia 6 de dezembro, mesmo que seja uma versão desidratada daquela que o Planalto encaminhou ao Congresso há quase um ano.

Amanhã, em jantar no Palácio da Alvorada, o presidente Michel Temer vai tentar convencer os aliados de que os estudos segundo os quais a Previdência é superavitária não passam de “discurso de quem é contra as alterações”. Para dar mais credibilidade ao apelo, economistas de fora do governo foram convidados a mostrar aos parlamentares a realidade das contas.

Em outra frente, o Planalto vai investir no convencimento de prefeitos e vereadores. A ordem é mostrar que a crise nos Estados e municípios vai se agravar sem a reforma.

O cenário traçado pelo deputado para o caso de a emenda não ser aprovada é de caos.

– A rejeição da reforma da Previdência inviabiliza o país – exagera o deputado.

Maia prevê hiperinflação, redução de investimentos e até aumento de impostos para cobrir o rombo, se os brasileiros continuarem se aposentando pelas regras atuais.

Mais do que a redução de gastos, que será sentida no médio e longo prazos, o que move o deputado é a convicção de que, sem a reforma, o Brasil vai afugentar investidores e perder potência na recuperação da economia, já que sem essas mudanças não haverá como cumprir a lei que estabeleceu o teto de gastos em nome da responsabilidade fiscal.

Na nova campanha publicitária que colocará no ar para tentar ganhar o apoio da opinião pública, o governo vai insistir na tese de que a reforma combate os privilégios do setor público – em que as pessoas se aposentam ganhando mais e com menos tempo de contribuição – e que os direitos adquiridos serão respeitados.

O deputado admite que não basta uma campanha na mídia: os porta-vozes do governo precisam se preparar melhor para explicar a reforma nas entrevistas e nas conversas com os parlamentares. Até aqui, poucos conseguem entender e, menos ainda, explicar a lógica e os impactos do que está para ser votado.

Fonte: GaúchaZH

Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS


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