Por Rosane de Oliveira
Governador tomou para si a missão de informar ao funcionalismo de que os salários de junho só serão quitados em 12 de agosto e que julho começa a ser pago no dia 13
A presença do governador Eduardo Leite no anúncio do maior atraso na quitação dos salários é indicativo da gravidade da situação do Estado. Leite não quis terceirizar a responsabilidade pela má notícia, mas reafirmou a crença de que conseguirá colocar a folha em dia até dezembro.
Ao lado do chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, do secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, e do vice, Ranolfo Vieira Júnior, o governador não conseguia esconder a tensão.
Como a folha de junho só será quitada em 12 de agosto, e o pagamento de julho começará no dia seguinte, com o depósito de R$ 2,5 mil, a situação pode se agravar em setembro, se não entrarem receitas extraordinárias. No dia 31 de julho, o governo depositará a sétima parcela do 13º de 2018.
O Piratini conta com duas possibilidades para colocar as contas em dia: a venda de ações do Banrisul e a entrada do dinheiro de ação judicial que envolve o ICMS sobre produtos da cesta básica, em que o Estado foi vencedor. Na sexta-feira, entraram os primeiros R$ 90 milhões desse processo, que soma R$ 650 milhões. Como R$ 150 milhões eram em depósitos judiciais, já usados pelo governo, restaram R$ 500 milhões dos quais 25% vão para os municípios.
Com a economia estagnada, a receita não cresce, mas as despesas de pessoal aumentaram em relação a 2018, devido à última parcela do reajuste dos servidores da segurança pública, paga em novembro do ano passado.
Ao anunciar o cronograma de quitação dos salários de junho, o secretário da Fazenda informou que, por ordem do governador, estão suspensas, por 60 dias, as autorizações de ampliação de cotas de despesas orçamentárias com recursos livres do Tesouro.
O decreto deve ser publicado nesta quarta-feira (24), prevendo possibilidade de abrir exceções nas áreas de educação, saúde e segurança, em situações de comprovado interesse público, conforme avaliações a serem feitas pelo Grupo de Assessoramento Especial (GAE) e Junta de Coordenação Orçamentária e Financeira (Juncof).
Fonte: Zero Hora