O debate sobre as reformas que tanto o Brasil reclama tem, não rara vez, feito parte da agenda nacional. É, sem dúvida, um tema caro aos brasileiros desde a redemocratização. A grave crise pela qual passa o nosso país, seja sob a ótica da economia, seja sob o ponto de vista político, nos remete à necessidade de promover transformações mais estruturais.
Hoje, por exemplo, se fala em reformas política, tributária, trabalhista e previdenciária. Esta, aliás, tem sido bastante polêmica e ganhado com muita força destaque no noticiário nacional, talvez por ela ser a espinha dorsal das reformas.
Não se pode admitir que o povo, o maior interessado num debate mais amplo e transparente sobre a referida reforma, seja preterido e tolhido em suas garantias sociais.
Que o Brasil precisa de reformas não se discute. Mas é importante que elas sejam construídas com ampla discussão e, sobretudo, em completa harmonia com a nossa Constituição de 1988. Sabe-se que o constituinte, sob a liderança de Ulysses Guimarães, teve o cuidado de assegurar, por meio da Carta Magna, um primoroso conjunto de direitos sociais, entre os quais o da previdência que, inclusive, engloba a aposentadoria.
Por isso, não é razoável que, neste momento difícil vivido pelos trabalhadores brasileiros, uma açodada Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287/2016) avance sobre direitos conquistados a “duras penas”. Não se pode admitir que o povo, o maior interessado num debate mais amplo e transparente sobre a referida reforma, seja preterido e tolhido em suas garantias sociais.
É fundamental que o Governo (e aqui faço tais observações com isenção e sem caráter político-partidário) tenha disponibilidade de ouvir as várias classes representativas para que se busque uma reforma mais consensual. Uma reforma que, de fato, seja mais atraente ao sofrido trabalhador brasileiro. Afinal, é sempre ele quem paga a conta!
http://verticesinconfidentes.com.br/pec-287-a-reforma-que-nao-convenceu-o-brasil/3615
THIAGO COTA