Sartori cumpre agenda em Brasília por recuperação fiscal

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O governador José Ivo Sartori cumpriu agenda em Brasília, nesta terça-feira, num esforço para que a situação financeira do Rio Grande do Sul não se agrave ainda mais em 2017. Acompanhado de secretários e deputados, conversou com o ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha e também esteve no Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo era reforçar a necessidade de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal e tentar evitar o bloqueio de contas do Rio Grande do Sul, diante do não pagamento da parcela da dívida com a União.

O Piratini suspendeu o repasse de agosto, que venceu na segunda-feira, e requereu a concessão de medida cautelar, ao STF, para que as prestações mensais não sejam cobradas pelo governo federal até que o acordo de recuperação fiscal seja assinado. Em audiência com o ministro Marco Aurélio Mello, Sartori solicitou que a matéria seja analisada rápido, considerando a situação das finanças gaúchas, considerada grave. “O ministro conhece a realidade do Rio Grande do Sul, abriu espaço em sua agenda e nos recebeu com muita gentileza para ouvir informações atualizadas sobre o Estado. Elogiou as ações que já adotamos. Agora vamos aguardar sua decisão em relação ao nosso pedido de medida cautelar”, explicou o governador.

O requerimento também pede que, mesmo sem pagar as parcelas da dívida, o Rio Grande do Sul não tenha as contas bloqueadas e não seja inscrito em cadastros de inadimplência. A parcela que deixou de ser paga equivale a R$ 142 milhões, que foram transferidos para a folha de pagamento dos servidores do Executivo. A operação permitiu permitiu um depósito de R$ 450, que se somaram aos R$ 650 já pagos aos servidores nessa segunda-feira.

No início da tarde, Sartori e a equipe estiveram com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, designado pelo presidente Michel Temer para intermediar as negociações entre o governo gaúcho e o Tesouro Nacional. O governador reuniu-se ainda com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, e abriu um encontro de trabalho com a bancada federal gaúcha, na Câmara dos Deputados, para apresentar os números da crise.

“Queremos continuar cumprindo com as obrigações essenciais do Estado, além de pagar os servidores. Nosso objetivo aqui é sensibilizar todas as partes. O Rio Grande do Sul é o estado que mais trabalhou pela sustentabilidade financeira nos últimos tempos, com medidas duras, amargas, mas que desenham um novo futuro e servem de exemplo para o país. São sementes de mudança que plantamos para que os próximos governantes não passem pelo constrangimento que eu passei. Por isso não penso na próxima eleição, mas nas próximas gerações”, salientou Sartori, ao falar com a imprensa.

| Foto: Luiz Chaves / Palácio Piratini / CP


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