O Senado concluiu ontem o primeiro turno da votação da Reforma da Previdência.
Os senadores rejeitaram os três destaques que ainda estavam em análise. O texto-base já havia sido aprovado na noite de terça-feira. Os senadores drenaram R$ 133,2 bilhões do impacto fiscal previsto pelo governo com a Reforma da Previdência em dez anos no primeiro turno de votação da proposta.
O maior prejuízo decorreu da retirada das mudanças no abono salarial, votada ainda na noite de terça-feira. A perda líquida na potência fiscal com a reforma foi menor do que na Câmara, que retirou ou amenizou pontos e diminuiu a economia em R$ 303 bilhões. No entanto, o resultado tem sido considerado surpreendente porque na Câmara, além de a discussão ter durado mais tempo, uma comissão de senadores já acompanhava os debates para propor eventuais ajustes nessa primeira fase da tramitação.
O relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi responsável por retirar R$ 56,8 bilhões da proposta. Ele sugeriu mudanças para compensar a perda por meio da chamada PEC paralela, que pretende fazer ajustes na reforma principal. O baque maior veio do plenário, com a derrubada da alteração no abono. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (Dem-AP), admitiu ontem que a votação em segundo turno da Reforma da Previdência, prevista para 10 de outubro, pode passar para a segunda quinzena.
O principal obstáculo é a resistência de senadores à quebra de interstício, que permitiria a votação na próxima semana, antes do intervalo exigido pelo regimento. Insatisfeitos com os rumos da divisão dos recursos do megaleilão de petróleo da cessão onerosa e com repasses do governo para emendas parlamentares, os senadores já ameaçavam articular manobras para atrasar a votação em segundo turno.
Fonte: Correio do Povo