Sob pressão de aliados, Piratini define mudanças no pacote de reformas

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Convocação extraordinária deve ser enviada à Assembleia Legislativa nesta terça-feira

Gustavo Mansur / Palácio Piratini/Divulgação
No dia 16, Eduardo Leite (segundo da E para D) recebeu deputados da base aliada para conversar sobre os projetosGustavo Mansur / Palácio Piratini/Divulgação

A uma semana da convocação extraordinária da Assembleia Legislativa, o Piratini começou, nesta segunda-feira (20), a estipular concessões que pretende fazer aos aliados para aprovação do pacote do funcionalismo. O dilema do governo é não desagradar o MDB, maior aliado no parlamento e considerado fundamental para o êxito das reformas. Em resposta às quatro sugestões de mudanças apresentadas pelo partido, o Piratini aceitou flexibilizar medidas.

No tempo de espera para aposentadorias, por exemplo, o governo queria fazer com que o servidor continuasse trabalhando até que o pedido fosse concedido. O MDB sugeriu manter a regra atual que prevê prazo de 30 dias para resposta antes da licença remunerada e, ao final, houve acerto em torno de limite de 60 dias.

A resposta foi repassada pelo chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, em reunião no final da tarde com o líder do governo na Assembleia, Frederico Antunes (PP). Otomar decidirá com o governo sobre as outras exigências em encontro às 9h de hoje. Às 15h, todos os partidos da base voltam a se encontrar para debater o teor dos projetos que serão votados na convocação extraordinária, de 27 a 31 de janeiro.

Otomar e Antunes discutiram uma a uma as propostas do MDB. Quando alguma concessão empacava, recorriam aos secretários do núcleo econômico do Piratini, Leany Lemos (Planejamento) e Marco Aurélio Cardoso (Fazenda). Foram eles que decidiram no final de semana, em sucessivas discussões com o governador Eduardo Leite, Otomar e o procurador-geral do Estado, Eduardo Costa, até onde era possível ceder sem comprometer demais o resultado financeiro das reformas.

Com oito deputados e inúmeros cargos na burocracia estatal, o MDB tem sido um parceiro incômodo para Leite. Foi por exigência da bancada que o governador concordou em votar apenas um projeto do pacote em dezembro, deixando o restante para a convocação extraordinária. Agora, deputados fecharam questão contra o aumento das alíquotas de previdência dos militares, um dos textos que garante acréscimo de receita ao Estado.

No Piratini, o MDB é considerado o aliado mais estratégico. Articuladores políticos de Leite veem no partido um balizador da relação com o comboio governista. O entendimento é de que, se o MDB votar contra alguma medida, encoraja defecções nos demais partidos.

O Piratini envia a convocação à Assembleia nesta terça-feira (21), já com a lista das matérias que serão submetidas à votação. 

Fonte: Zero Hora


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