Reuniões frequentes têm sido realizadas entre direção do banco e integrantes da Fazenda
A venda de 49% das ações ordinárias do Banrisul está novamente no horizonte do governo José Ivo Sartori. A expectativa é a de que a transação, estimada em cerca de R$ 2,2 bilhões, seja efetivada ainda neste mês ou, no máximo, em abril. O monitoramente do mercado ocorre diariamente e, desde o início de março, o valor das ações, considerado “satisfatório”, ou seja, no mínimo no patamar patrimonial, de R$ 17, está estável.
Em função do cenário, estão sendo realizadas reuniões frequentes entre a direção do banco, integrantes da Secretaria da Fazenda e do Tesouro do Estado, com a presença do governador. Em fevereiro, a instituição divulgou o balanço de 2017, com lucro de R$ 1,053 bilhão, representando crescimento considerado histórico, de 59,6% superior do que em 2016.
Caso seja efetivada até abril, como deseja o Piratini, a transação, além de garantir fôlego ao caixa gaúcho, irá auxiliar nas negociações, políticas e técnicas, que ocorrem em Brasília, visando à adesão do Rio Grande do Sul ao Plano de Recuperação Fiscal. A intenção original era a de vender as ações em dezembro do ano passado, mas o Executivo acabou recuando em função da verificação de queda no preço de ações do banco. O valor no mercado em 6 de dezembro, data em que houve a desistência do Piratini, chegou a R$ 14, ficando abaixo do valor patrimonial, de R$ 17.
À época, segundo o governo, entre os motivos para a queda, estavam o entendimento, pelo mercado, de que o Banrisul não seria privatizado, o que reduziu o interesse de investidores. O mau momento das bolsas de forma geral também teria contribuído para o cenário desfavorável. O road show para investidores, que estava previsto em 2017, não deve ser realizado agora para agilizar o negócio.
Taline Oppitz