Bolsonaro diz que reforma da Previdência fará cortes “substanciais”
Presidente afirmou em entrevista que há “consciência” no País sobre importância das mudanças
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que a reforma da Previdência que será enviada ao Congresso trará “substanciais” cortes nos desembolsos previdenciários e estabelecerá uma idade mínima de aposentadoria. Paralelamente, ele confirmou que o plano de privatização está quase pronto.
As declarações do presidente foram feitas durante entrevista exclusiva à emissora de televisão da Bloomberg, empresa internacional de notícias, em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial. Na entrevista, Bolsonaro se disse comprometido a adotar medidas para impedir qualquer movimento negativo na economia brasileira. Segundo o presidente, há uma “consciência” no país que as reformas em discussão, como a da Previdência e a tributária, são “vitais”.
Segundo a reportagem publicada em inglês no site da Bloomberg, Bolsonaro disse que a aprovação da proposta é praticamente certa por causa da situação econômica do país.
Comércio exterior
De acordo com a publicação da Bloomberg, Bolsonaro disse que há esforços para modernizar o Mercosul e permitir que o Brasil faça acordos comerciais separados do bloco. O texto menciona o impasse nas negociações entre Mercosul e União Europeia. De acordo com a reportagem, o presidente afirmou que as dificuldades envolvem a resistência da França à demanda brasileira relacionada a bens agrícolas.
Acordo de Paris
Bolsonaro também afirmou na entrevista à TV Bloomberg a intenção de permanecer no acordo de Paris. Mas deixou claro que o país quer ter, além de deveres, direitos, como o retorno financeiro por crédito de carbono. “Em relação ao acordo de Paris, até certo ponto o Brasil fez a sua parte. Quando você fala de créditos de carbono, o Brasil não tem recebido o retorno financeiro. Então, por enquanto, nós vamos continuar no acordo de Paris, mas nós somos um país em desenvolvimento e temos deveres, mas também queremos ter direitos dentro do Acordo de Paris”, disse.
Após o presidente ter sinalizado, na campanha e no início de seu mandato, intenção de sair do Acordo de Paris – e ter rejeitado a ideia de o Brasil sediar a conferência climática COP25 – , os próprios ministros de Bolsonaro já haviam sinalizado que ele voltaria atrás. Bolsonaro destacou, ainda, na entrevista, que há uma “visão distorcida” de que o Brasil não protege suas reservas e o meio ambiente.
Fonte: Correio do Povo
Foto: Alan Santos / PR / CP