Segundo o Tesouro Nacional, queda da dívida no mês passado está relacionada com resgates acima das emissões em R$ 33,95 bilhões.
A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, caiu 0,48% em julho, para R$ 3,34 trilhões, informou nesta segunda-feira (28) a Secretaria do Tesouro Nacional. Em junho, a dívida estava em R$ 3,35 trilhões.
A queda está relacionado principalmente ao resgate de títulos públicos, que no mês passado ficou R$ 33,95 bilhões acima do volume de emissões.
Ao mesmo tempo, as despesas do governo com o pagamento de juros, que totalizaram R$ 17,68 bilhões no mês passado, contribuíram para o crescimento da dívida pública, mas em menor proporção.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, ou seja, cobrir os gastos que ficam acima da arrecadação com impostos e contribuições.
Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como dívida externas.
Em 2016, a dívida pública registrou crescimento de 11,42%, para R$ 3,11 trilhões.
Programação para 2017
Para este ano, a expectativa do Tesouro Nacional é de novo aumento na dívida pública. A programação da instituição prevê que ela pode chegar aos R$ 3,65 tilhões no fim de 2017.
Se isso se confirmar, a alta da dívida, neste ano, será de R$ 538 bilhões, aumento 17,28% em relação ao fechamento de 2016.
O patamar de R$ 3,65 trilhões é o máximo previsto para a dívida interna e externa. Portanto, o crescimento pode ser menor. Estimativas do Tesouro apontam que a alta pode ficar em R$ 338 bilhões e, neste caso, a dívida chegaria ao final de 2017 em R$ 3,45 trilhões, elevação de 10,86%.
Dívidas interna e externa
No caso da dívida interna, informou o Tesouro Nacional, foi registrada uma redução de 0,27% em julho, para R$ 3,22 trilhões. Neste caso, o recuo foi de R$ 9 bilhões.
A dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou uma contração de 6,12% no mês passado, para R$ 116,4 bilhões. A queda da dívida externa foi de R$ 7,58 bilhões em julho.
Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna recuou em julho. Em junho, os não residentes detinham 12,90% do total da dívida interna (R$ 417 bilhões). No fechamento de julho, detinham 12,83%, o equivalente a R$ 413 bilhões.
Mesmo assim, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás dos fundos de previdência (R$ 815 bilhões em julho, ou 25,28% do total); dos fundos de investimento (24,37% do total, ou R$ 786 bilhões) e das instituições financeiras (22,30% do total, ou R$ 719 bilhões).
Perfil da dívida
Em julho deste ano, o percentual de papéis prefixados somou 35,18% do total, ou R$ 1,13 trilhão, contra 36,1% em junho (R$ 1,16 trilhão). Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de “swap cambial”.
Já os títulos atrelados à taxa Selic, chamados de pós-fixados, por sua vez, tiveram aumento no mês passado. Em junho, representaram 29,19% do total (R$ 944 bilhões), avançando para 33% em julho (ou R$ 1,06 trilhão).
A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação), por sua vez, somou 31,31% em julho deste ano, o equivalente a R$ 1,01 trilhão, contra 31,41% em junho (R$ 1,01 trilhão).
Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 0,45% do total em julho, ou R$ 14,4 bilhões, contra 3,30% em junho deste ano, ou R$ 106,7 bilhões. A queda da dívida em dólar se deve ao resgate, por parte do Banco Central, de contratos de “swap cambial”.
Fonte: O Globo