João Carlos Loebens
“Auxílio Brasil” foi um programa de transferência de renda para pessoas em vulnerabilidade instituído em 2021 durante o governo Bolsonaro, em substituição ao “Bolsa Família” criado em 2003 durante o Governo Lula.
Os valores anuais do Bolsa Família estavam em torno de 25 bilhões/ano, ocorrendo um aumento no período da pandemia em função do aumento da vulnerabilidade. Para o ano de 2023, estima-se um gasto anual com o Bolsa Família, sucessor do Auxílio Brasil, de 70 bilhões de reais.
Gastava-se em torno de 30 bilhões e agora em 2023 pretende-se gastar 70 bilhões com o Bolsa Família. Isso é muito ou é pouco? Como seria possível fazer uma comparação?
Uma comparação interessante é comparar o Bolsa Família com a arrecadação total do país, que é de aproximadamente 3 trilhões por ano. Dessa forma, comparando os 70 bi do Bolsa Família com os 3.000 bi de arrecadação, vemos que o Bolsa Família representa 2,3% do total de da arrecadação anual do Brasil em 2023.
Os 70 bi do Bolsa Família (2,3% da arrecadação) atendem cerca de 20 milhões de famílias em situação vulnerável, ou aproximadamente 60 milhões de brasileiros.
Outro gasto importante que os cidadãos brasileiros efetuam anualmente, através do governo, é o pagamento dos juros da famosa dívida pública, atualmente próxima a 6 trilhões de reais. A taxa de juros é estabelecida pelo Banco Central, atualmente sob administração de um presidente “independente”, que tem mantido a taxa SELIC num (absurdo) patamar de 13,75%, colocando o Brasil como maior taxa de juro real do mundo.
Com essa absurdamente elevada taxa de juros, o governo é obrigado pelo Banco Central a transferir para os super ricos aplicadores financeiros o equivalente a aproximadamente 700 bilhões de reais por ano. Comparando com a arrecadação, vemos que os 700 bi que vão para os super ricos representam 23% do total do dinheiro pago em impostos pela população. Poderíamos chamá-lo de Auxílio Bilionário.
Os 700 bi do “Auxílio Bilionário” (juros da SELIC do Banco Central -23% da arrecadação) atendem em torno de 1% da população não vulnerável, ou aproximadamente 2 milhões de pessoas ricas ou super ricas.
Enquanto o Bolsa Família transfere 70 bilhões de reais para aproximadamente 60 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade ou pobreza, o Auxílio Bilionário transfere 700 bilhões de reais (10 vezes mais) para 2 milhões de brasileiros em situação de segurança ou riqueza.
E tem gente que diz que o Bolsa Família quebra o país … não sabe de nada inocente!
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