Travessia Torres Tramandaí reúne 3 mil corredores no Litoral Norte

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Presidente e associados participam da Travessia Torres Tramandaí e levam a marca da Afisvec para as areias das praias.

Na edição deste ano, foram 3 mil competidores 

Lauro Alves / Agencia RBS

Felipe Costa da Silva, 34 anos, foi o primeiro a cruzar a linha na modalide individual

Felipe Costa da Silva, 34 anos, foi o primeiro a cruzar a linha na modalide individual

Lauro Alves / Agencia RBS

Neste ano, competição ganhou nova modalidade, com opção de saída de Curumim

Neste ano, competição ganhou nova modalidade, com opção de saída de Curumim

Lauro Alves / Agencia RBS

Com trajeto maior e milhares de participantes, a tradicional Travessia Torres Tramandaí (TTT) chega na 17ª edição em grande estilo neste sábado (28). O percurso foi feito por cerca de 3 mil corredores, entre Torres e a barra de Imbé (pouco antes de Tramandaí), pela beira das praias no Litoral Norte. Pouco antes do meio-dia, mesmo com os 28°C e muito abafamento, começaram a chegar os primeiros competidores.

Os últimos competidores devem chegar ao fim da prova por volta das 18h30min, quando o evento se encerra.

A edição 2023 trouxe novidades. O trajeto total foi ampliado para seguir uma tendência mundial de dupla maratona (ou double marathon), em que duas provas são feitas usando os mesmos trechos. Assim, o percurso da TTT passou de 82 quilômetros para 84 quilômetros, entre Torres e Tramandaí. O outro trajeto começou na praia de Curumim, com destino ao mesmo ponto de chegada montado em Imbé. 

Na rota dos atletas

A mudança, conforme a organização da travessia, coloca o evento na rota de atletas que buscam competições duplas, que vem conquistando adeptos. A TTT pode ser feita em diferentes categorias: solo (quem correu de forma individual deu início a maratona às 6h), em duplas (com saída às 6h30min), em quartetos (saindo às 7h) ou octetos (que saiu as 7h30min). Já quem disputou os 42 quilômetros entre Curumim e Imbé começou percurso às 8h.

Do total de corredores, 377 realizaram a TTT sozinhos. Desses, o primeiro a cruzar a faixa de chegada foi Felipe Costa da Silva, 34 anos. Morador de Tubarão, em Santa Catarina, ele veio ao RS para realizar a prova. Na última quinta-feira (26), no entanto, Silva conta que chegou a anunciar que não participaria da maratona, que já venceu em outras três edições.

— Emocionalmente falando, esse ano foi o mais difícil. Eu tinha até dito já que não ia fazer, passei por alguns perrengues ultimamente. Mas aí pensei nos meus alunos que estão aqui, são 13 corredores só na modalidade solo. Se eu desistisse, sei que eles também iriam desanimar, ficar balançados. No fim, deu tudo mais que certo, foi perfeito — conta Silva, que é educador físico e treinador de corrida.

Segundo o atleta, apesar do forte calor, o vento estava a favor e ajudou durante o caminho.

Já o primeiro colocado na maratona que começou em Curumim foi o Jeferson Lopes, 36 anos, que corre há 17 e é morador da Capital. Professor de educação física, ele conta que mantém preparo constante, já que disputa outra maratonas como a de Porto Alegre e de Florianópolis.

Ele cruzou a chegada de mãos dadas com o filho, Theo, 4 anos. Depois pegou o pequeno no colo e seguiu direto para um beijo na esposa:

— Eles sempre me apoiam, estão comigo. Mesmo com experiência e preparo, a gente precisa ter o psicológico forte, então estou sempre pensando neles na corrida.

Criador da TTT, Antônio João Freire, 75 anos, acompanhou a disputa neste sábado. Ele lembra que a ideia de uma travessia surgiu quase como uma brincadeira entre amigos. A primeira edição reuniu um número bem mais modesto, de 24 pessoas:

— Eu já corria, fazia maratonas, estava empolgado. Um dia estava aqui na praia e vi um pessoal correndo. Fiquei pensando que nunca ninguém tinha feito maratona de Torres a Tramandaí, e quis ser o primeiro. Só que naquela época correr 40 quilômetros já era muito, não se corria como hoje. Eu não iria conseguir, então fiz um plano, chamei uns amigos e nos dividimos em grupos. Felizmente a primeira equipe a chegar foi a minha — brinca.

Freire lembra que se interessou pelo esporte por causa de outro tipo de corrida:

— Na verdade eu fazia corrida de automóvel, competi pelo Brasil todo. Aí percebi que, naquela época os motoristas não se preparavam para a disputa, quando ficavam cansados, começavam a errar. Então fui atrás de preparo físico, comecei a correr. Só que acabei gostando tanto que larguei a corrida de carro. Acho que a corrida a pé é mais justa, no carro, um pneu pode furar, pode ter alguma pane. Na corrida mesmo, a gente colhe o que semeia.

O evento é produzido ao longo do ano com Freire e Paulo Silva, 67 anos, na coordenação.

Parceria

Apesar do esforço físico da prova, ainda da tempo de fazer amigos, segundo Roberto Kuhn, 51 anos. Morador de Porto Alegre , ele veio ao litoral apenas pela competição que partiu de Curumim. Logo nos primeiros quilômetros de prova, conheceu Marco Antônio Sieglitz, 52 anos, que mora em Garopaba (SC). Vieram juntos até o ponto de chegada, conversando e emprestando pomada para quando a cãibra aparecia. 

Lauro Alves / Agencia RBS
Marco Antônio Sieglitz (E) e Roberto Kuhn se conheceram na provaLauro Alves / Agencia RBS

— Conheço muita gente durante as provas, é muito comum. A gente vem conversando, se apoiando. Depois mantém contato, se comunica pelas redes, combina mais maratonas. A corrida é também uma atividade social — conta Roberto. 

As colocações variam conforme a categoria — em solo, dupla ou grupos — e também por idades. Todos os corredores ganham medalhas, e há troféu para quem ficar entre primeiro e quinto nas categorias, além de brindes.

Fonte: GZH


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